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Desnudo Mar Selvagem

Desnudo Mar Selvagem

Sinopse

Nós somos um barco nesse mar. Mar Selvagem é um romance que se parece muito com uma colagem como as de Max Ernest, composto por histórias e personagens entrelaçados girando em torno de estilhaços de informações provindas da Internet, memórias recicladas como se fossem lembranças de sonhos antigos e paisagens que desapareceram, é nas palavras do próprio autor um “livro polifônico”. Acho essa mistura do caos da rede de computadores com o caos da memória muito interessante, e talvez seja esta a marca dos livros do século XXI, uma costura heterodoxa de fragmentos diversos vindos dos mais profundos abismos de sonho do inconsciente. Parece-me nítido que o título remete ao inconsciente, o inconsciente é o “Poseidon” dos criadores e não apenas dos criadores de romances costurados como tapetes persas, como este. Não acredito que os prefácios devam entregar os fios de um enredo, aqui trata-se de se perder para valer, como na vida. Ricardo escreveu o “romance caiçara pós-moderno”? Deixo a resposta para os estudantes de Letras do futuro. A figura do imigrante e a do caiçara são os vetores do livro, mas a memória e a impossibilidade de recuperação do passado formam o centro do livro. Apesar da forma “caótica”, o narrador tem uma dicção sutilmente parnasiana como se um eu de tempos mortos se convertesse em fantasma de nosso tempo para narrar, misturando tempos e vozes com sua saga fragmentada de memórias, que à medida que avançamos no livro ganham um caráter de manifesto atemporal de defesa da delicada fragilidade da família, esta instituição cada vez mais fantasmagórica para alguns e mítica para outros, que o autor desloca para a zona da extrema solidão dos pedaços de um barco destroçado pelo furor de um mar chamado tempo." Marcelo Ariel.